Links

ARQUITETURA E DESIGN




Serpentine Pavilion 2009, SANAA. Fotografia: Inês Dantas.


Serpentine Pavilion 2009, SANAA. Fotografia: Inês Dantas.


Serpentine Pavilion 2009, SANAA. Fotografia: Inês Dantas.


Serpentine Pavilion 2009, SANAA. Fotografia: Inês Dantas.


Castle of Air, Cincinatti. Peter Haimerl Studio, 2004. Fotografia: Don Baudish. Equipa de projecto: Jutta Goerlich, Florian Wurfbaum.


Pormenor interior, Amalienburg, Munique. Fotografia: Inês Dantas.


Serpentine Pavilion 2010, Jean Nouvel. Render imagem Jean Nouvel. Fonte: http://www.serpentinegallery.org/architecture


Serpentine Pavilion 2003, Oscar Niemeyer. Fonte: http://www.serpentinegallery.org/architecture


Serpentine Pavilion 2005, Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura, com Cecil Balmond – Arup. Fotografia: © Duccio Malagamba.


Serpentine Pavilion 2006, Rem Koolhaas e Cecil Balmond – Arup. Fotografia: © John Offenbach.


Serpentine Pavilion 2007, Olafur Eliasson e Kjetil Thorsen. Fotografia: Luke Hayes


Philips Pavilion, «Poème électronique», 1958, Le Corbusier, Iannis Xenakis, Edgard Varèse. Fotografia: © Hans de Boer.


Driftwood AA Summer Pavilion 2009, Intermediate Unit 2; AA. Fotografia: Inês Dantas.


Pavilhão Feira do Livro 2005, Lisboa, marcosandmarjan: Marcos Cruz e Marjan Colletti. Fotografia: © Virgílio Ferreira.


Olifantsvlei Architektur für kleine Menschen. Fotografia: Projekt Olifantsvlei. Studio3 Institute for Experimental Architecture. Fakultät für Architektur - Universität Innsbruck.


Olifantsvlei Architektur für kleine Menschen. Fotografia: Projekt Olifantsvlei. Studio3 Institute for Experimental Architecture. Fakultät für Architektur - Universität Innsbruck.

Outros artigos:

2024-04-13


PÁDUA RAMOS: DA ARQUITETURA AO DESIGN


2024-02-26


NO LUGAR DE UMA JANELA, NASCEU UMA PORTA


2024-01-21


TERCEIRO ANDAR DE LUCIANA FINA OU DESTINAÇÃO (EST)ÉTICA


2023-11-02


A PROPÓSITO DE ONDE VAMOS MORAR? — CICLO DE CINEMA POR ANDY RECTOR


2023-09-11


CARTOGRAFIA DO HORIZONTE: DO TERRITÓRIO AOS LUGARES


2023-08-05


O ESTALEIRO, O LABORATÓRIO, A SUA CAIXA E O CAVALETE DELA


2023-06-01


UMA CIDADE CONSTRUÍDA PARA O CONSUMO: DA LÓGICA DO MERCADO À DISNEYFICAÇÃO DA CIDADE


2023-04-30


ESCUTAR, UMA VEZ MAIS, GRÂNDOLA — OPERAÇÃO SAAL DE VALE PEREIRO


2023-04-03


NOTAS SOBRE UM ARQUITECTO ARTIFICIALMENTE INTELIGENTE


2023-02-24


MUSEU DA PAISAGEM. AS POSSIBILIDADES INFINITAS DE LER E REINTERPRETAR O TERRITÓRIO


2023-01-30


A DIVERSIDADE NA HABITAÇÃO DAS CLASSES LABORIOSAS, OS HIGIENISTAS E O CASO DA GRAÇA


2022-12-29


HABITAR: UM MANIFESTO SECRETO


2022-11-23


JONAS AND THE WHOLE


2022-10-16


CASA PAISAGEM OU UM PRESÉPIO ABERTO


2022-09-08


ENTREVISTA A ANA CATARINA COSTA, FRANCISCO ASCENSÃO, JOÃO PAUPÉRIO E MARIA REBELO


2022-08-11


ENTREVISTA A JOSÉ VELOSO, ARQUITETO DA OPERAÇÃO SAAL DA MEIA-PRAIA


2022-07-11


TERRA, TRIENAL DE ARQUITETURA DE LISBOA 2022. ENTREVISTA A CRISTINA VERÍSSIMO E DIOGO BURNAY


2022-05-31


OH, AS CASAS, AS CASAS, AS CASAS...


2022-04-23


A VIAGEM ARQUITETÓNICA COMO ENCONTRO: DA (RE)DESCOBERTA À (DES)COBERTA DAS ORIGENS


2022-03-29


PODERÁ O PATRIMÓNIO SER EMANCIPATÓRIO?


2022-02-22


EM VÃO: FECHA-SE UMA PORTA PARA QUE UMA JANELA FENOMENOLÓGICA SE ABRA


2022-01-27


SOBRE A 'ESTÉTICA DO CONHECIMENTO': UMA LEITURA DA PEDAGOGIA DE BAUKUNST


2021-12-29


CALL FOR ARCHITECTS


2021-11-27


DE QUE ME SERVE SER ARQUITECTA?


2021-10-26


'OS CAMINHOS DA ÁGUA'


2021-09-30


A ARQUITETURA PORTUGUESA: O TRAJETO DO SÉCULO XX E DESAFIOS DO SÉCULO XXI


2021-08-22


CERAMISTAS E ILUSTRADORES: UMA RESIDÊNCIA EM VIANA DO ALENTEJO


2021-07-27


COMPREENSÃO DA CIDADE DO PORTO ATÉ AO SÉCULO XX


2021-06-20


O ANTECEDENTE CULTURAL DO PORTO NA TRANSIÇÃO PARA O SÉCULO XXI


2021-05-12


JOÃO NISA E AS 'PRIMEIRAS IMPRESSÕES DE UMA PAISAGEM'


2021-02-16


A ORDEM INVISÍVEL DA ARQUITECTURA


2021-01-10


SURENDER, SURENDER


2020-11-30


AS MULHERES NO PRIVATE PRESS MOVEMENT: ESCRITAS, LETRAS DE METAL E CHEIRO DE TINTA


2020-10-30


DES/CONSTRUÇÃO - OS ESPACIALISTAS EM PRO(EX)CESSO


2020-09-19


'A REALIDADE NÃO É UM DESENCANTO'


2020-08-07


FORA DA CIDADE. ARTE E LUGAR


2020-07-06


METROPOLIS, WORLD CITY & E.P.C.O.T. - AS VISÕES PARA A CIDADE PERFEITA IMAGINADAS POR GILLETTE, ANDERSEN E DISNEY


2020-06-08


DESCONFI(N)AR, O FUTURO DA ARQUITECTURA E DAS CIDADES


2020-04-13


UM PRESENTE AO FUTURO: MACAU – DIÁLOGOS SOBRE ARQUITETURA E SOCIEDADE


2020-03-01


R2/FABRICO SUSPENSO: ITINERÁRIOS DE TRABALHO


2019-12-05


PRÁTICAS PÓS-NOSTÁLGICAS / POST-NOSTALGIC KNOWINGS


2019-08-02


TEMPOS MODERNOS, CERÂMICA INDUSTRIAL PORTUGUESA ENTRE GUERRAS


2019-05-22


ATELIER FALA - ARQUITECTURA NA CASA DA CERCA


2019-01-21


VICARA: A ESTÉTICA DA NATUREZA


2018-11-06


PARTE II - FOZ VELHA E FOZ NOVA: PATRIMÓNIO CLASSIFICADO (OU NEM POR ISSO)


2018-09-28


PARTE I - PORTO ELEITO TRÊS VEZES O MELHOR DESTINO EUROPEU: PATRIMÓNIO AMEAÇADO PARA UNS, RENOVADO PARA OUTROS. PARA INGLÊS (NÃO) VER


2018-08-07


PAULO PARRA – “UMA TRAJECTÓRIA DE VIDA” NA GALERIA ROCA LISBON


2018-07-12


DEPOIS, A HISTÓRIA: GO HASEGAWA, KERSTEN GEERS, DAVID VAN SEVEREN


2018-05-29


NU LIMITE


2018-04-18


POLAROID


2018-03-18


VICO MAGISTRETTI NO DIA DO DESIGN ITALIANO


2018-02-10


GALERIA DE ARQUITETURA


2017-12-18


RHYTHM OF DISTANCES: PROPOSITIONS FOR THE REPETITION


2017-11-15


SHAPINGSHAPE NA BIENAL DA MAIA


2017-10-14


O TEATRO CARLOS ALBERTO DIALOGA COM A CIDADE: PELA MÃO DE NUNO LACERDA LOPES


2017-09-10


“VINTE E TRÊS”. AUSÊNCIAS E APARIÇÕES NUMA MOSTRA DE JOALHARIA IBEROAMERICANA PELA PIN ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE JOALHARIA CONTEMPORÂNEA


2017-08-01


23 – JOALHARIA CONTEMPORÂNEA NA IBERO-AMÉRICA


2017-06-30


PASSAGENS DE SERRALVES PELO TERMINAL DE CRUZEIROS DO PORTO DE LEIXÕES


2017-05-30


EVERYTHING IN THE GARDEN IS ROSY: AS PERIFERIAS EM IMAGENS


2017-04-18


“ÁRVORE” (2002), UMA OBRA COM A AUTORIA EM SUSPENSO


2017-03-17


ÁLVARO SIZA : VISÕES DA ALHAMBRA


2017-02-14


“NÃO TOCAR”: O NOVO MUSEU DO DESIGN EM LONDRES


2017-01-17


MAXXI ROMA


2016-12-10


NOTAS SOBRE ESPAÇO E MOVIMENTO


2016-11-15


X BIAU EM SÃO PAULO: JOÃO LUÍS CARRILHO DA GRAÇA À CONVERSA COM PAULO MENDES DA ROCHA E EDUARDO SOUTO DE MOURA


2016-10-11


CENAS PARA UM NOVO PATRIMÓNIO


2016-08-31


DREAM OUT LOUD E O DESIGN SOCIAL NO STEDELIJK MUSEUM


2016-06-24


MATÉRIA-PRIMA. UM OLHAR SOBRE O ARQUIVO DE ÁLVARO SIZA


2016-05-28


NA PEGADA DE LE CORBUSIER


2016-04-29


O EFEITO BREUER – PARTE 2


2016-03-24


O EFEITO BREUER - PARTE 1


2016-02-16


GEORGE BEYLERIAN CELEBRA O DESIGN ITALIANO COM LANÇAMENTO DE “DESIGN MEMORABILIA”


2016-01-08


RESOLUÇÕES DE ANO NOVO PARA A ARQUITETURA E DESIGN EM 2016


2015-11-30


BITTE LEBN. POR FAVOR, VIVE.


2015-10-30


A FORMA IDEAL


2015-09-14


DOS FANTASMAS DE SERRALVES AO CLIENTE COMO ARQUITECTO


2015-08-01


“EXTRA ORDINARY” - JOVENS DESIGNERS EXPLORAM MATERIAIS, PRODUTOS E PROCESSOS


2015-06-25


PODE A TIPOGRAFIA AJUDAR-NOS A CRIAR EMPATIA COM OS OUTROS?


2015-05-20


BIJOY JAIN, STUDIO MUMBAI


2015-04-14


O FIM DA ARQUITECTURA


2015-03-12


TESOURO, MISTÉRIO OU MITO? A ESCOLA DO PORTO EM TRÊS EXPOSIÇÕES (PARTE II/II)


2015-02-11


TESOURO, MISTÉRIO OU MITO? A ESCOLA DO PORTO EM TRÊS EXPOSIÇÕES (PARTE I/II)


2015-01-11


ESPECTADOR


2014-12-09


ARQUITECTAS: ENSAIO PARA UM MANUAL REVOLUCIONÁRIO


2014-11-10


A MARCA QUE TEM O MEU NOME


2014-10-04


NEWS FROM VENICE


2014-09-08


A INCONSCIÊNCIA DE ZENO. MÁQUINAS DE SUBJECTIVIDADE NO SUPERSTUDIO*


2014-07-30


ENTREVISTA A JOSÉ ANTÓNIO PINTO


2014-06-17


ÍNDICES, LISTAGENS E DIAGRAMAS: the world is all there is the case


2014-05-15


FILME COMO ARQUITECTURA, ARQUITECTURA COMO AUTOBIOGRAFIA


2014-04-14


O MUNDO NA MÃO


2014-03-13


A CASA DA PORTA DO MAR


2014-02-13


O VERNACULAR CONTEMPORÂNEO


2014-01-07


PÓS-TRIENAL 2013 [RELAÇÕES INSTÁVEIS ENTRE EVENTOS, ARQUITECTURAS E CIDADES]


2013-11-12


UMA SUBTIL INTERFERÊNCIA: A MONTAGEM DA EXPOSIÇÃO “FERNANDO TÁVORA: MODERNIDADE PERMANENTE” EM GUIMARÃES OU UMA EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA NUMA ESCOLA EM PLENO FUNCIONAMENTO


2013-09-24


DESIGN E DELITO


2013-08-12


“NADA MUDAR PARA QUE TUDO SEJA DIFERENTE”: CONVERSA COM BEYOND ENTROPY


2013-08-11


“CHANGING NOTHING SO THAT EVERYTHING IS DIFFERENT”: CONVERSATION WITH BEYOND ENTROPY


2013-07-04


CORTA MATO. Design industrial do ponto de vista do utilizador


2013-05-20


VÍTOR FIGUEIREDO: A MISÉRIA DO SUPÉRFLUO


2013-04-02


O DESIGNER SOCIAL


2013-03-11


DRESS SEXY AT MY FUNERAL: PARA QUE SERVE A BIENAL DE ARQUITECTURA DE VENEZA?


2013-02-08


O CONSUMIDOR EMANCIPADO


2013-01-08


SOBRE-QUALIFICAÇÃO E REBUSCO


2012-10-29


“REGIONALISM REDIVIVUS”: UM OUTRO OLHAR SOBRE UM TEMA PERSISTENTE


2012-10-08


LEVINA VALENTIM E JOAQUIM PAULO NOGUEIRA


2012-10-07


HOMENAGEM A ROBIN FIOR (1935-2012)


2012-09-08


A PROMESSA DA ARQUITECTURA. CONSIDERAÇÕES SOBRE A GERAÇÃO POR VIR


2012-07-01


ENTREVISTA | ANDRÉ TAVARES


2012-06-10


O DESIGN DA HISTÓRIA DO DESIGN


2012-05-07


O SER URBANO: UMA EXPOSIÇÃO COMO OBRA ABERTA. NO CAMINHO DOS CAMINHOS DE NUNO PORTAS


2012-04-05


UM OBJECTO DE RONAN E ERWAN BOUROULLEC


2012-03-05


DEZ ANOS DE NUDEZ


2012-02-13


ENCONTROS DE DESIGN DE LISBOA ::: DESIGN, CRISE E DEPOIS


2012-01-06


ARCHIZINES – QUAL O TAMANHO DA PEQUENÊS?


2011-12-02


STUDIO ASTOLFI


2011-11-01


TRAMA E EMOÇÃO – TRÊS DISCURSOS


2011-09-07


COMO COMPOR A CONTEMPLAÇÃO? – UMA HISTÓRIA SOBRE O PAVILHÃO TEMPORÁRIO DA SERPENTINE GALLERY E O PROCESSO CRIATIVO DE PETER ZUMTHOR


2011-07-18


EDUARDO SOUTO DE MOURA – PRITZKER 2011. UMA SISTEMATIZAÇÃO A PROPÓSITO DA VISITA DE JUHANI PALLASMAA


2011-06-03


JAHARA STUDIO


2011-05-05


FALEMOS DE 1 MILHÃO DE CASAS. NOTAS SOBRE O CONCURSO E EXPOSIÇÃO “A HOUSE IN LUANDA: PATIO AND PAVILLION”


2011-04-04


A PROPÓSITO DA CONFERÊNCIA “ARQUITECTURA [IN] ]OUT[ POLÍTICA”: UMA LEITURA DISCIPLINAR SOBRE A MEDIAÇÃO E A ESPECIFICIDADE


2011-03-09


HUGO MADUREIRA: O ARTISTA-JOALHEIRO


2011-02-07


O QUE MUDOU, O QUE NÃO MUDOU E O QUE PRECISA MUDAR


2011-01-11


nada


2010-12-02


PEQUENO ELOGIO DO ARCAICO


2010-11-02


CABRACEGA


2010-10-01


12ª BIENAL DE ARQUITECTURA DE VENEZA — “PEOPLE MEET IN ARCHITECTURE”


2010-08-02


ENTREVISTA | FILIPA GUERREIRO E TIAGO CORREIA


2010-07-09


ATYPYK PRODUCTS ARE NOT MADE IN CHINA


2010-06-03


OS PRÓXIMOS 20 ANOS. NOTAS SOBRE OS “DISCURSOS (RE)VISITADOS”


2010-05-07


OBJECTOS SEM MEDO


2010-03-04


PEDRO + RITA = PEDRITA


2010-02-03


PARA UMA ARQUITECTURA SWISSPORT


2009-12-12


SOU FUJIMOTO


2009-11-10


THE HOME PROJECT


2009-10-01


ESTRATÉGIA PARA HABITAÇÃO EVOLUTIVA – ÍNDIA


2009-09-01


NA MANGA DE LIDIJA KOLOVRAT


2009-07-24


DA HESITAÇÃO DE HANS, OU SOBRE O MEDO DE EXISTIR (Parte II)


2009-06-16


DA HESITAÇÃO DE HANS, OU SOBRE O MEDO DE EXISTIR


2009-05-19


O QUE É QUE SE SEGUE?


2009-04-17


À MESA COM SAM BARON


2009-03-24


HISTÓRIAS DE UMA MALA


2009-02-18


NOTAS SOBRE PROJECTOS, ESPAÇOS, VIVÊNCIAS


2009-01-26


OUTONO ESCALDANTE OU LAPSO CRÍTICO? 90 DIAS DE DEBATE DE IDEIAS NA ARQUITECTURA PORTUENSE


2009-01-16


APRENDER COM A PASTELARIA SEMI-INDUSTRIAL PORTUGUESA OU PORQUE É QUE SÓ HÁ UMA RECEITA NO LIVRO FABRICO PRÓPRIO


2008-11-20


ÁLVARO SIZA E O BRASIL


2008-10-21


A FORMA BONITA – PETER ZUMTHOR EM LISBOA


2008-09-18


“DELIRIOUS NEW YORK” EXPLICADO ÀS CRIANÇAS


2008-08-15


A ROOM WITH A VIEW


2008-07-16


DEBATER CRIATIVAMENTE A CIDADE: A EXPERIÊNCIA PORTO REDUX


2008-06-17


FOTOGRAFIA DE ARQUITECTURA, DEFEITO E FEITIO


2008-05-14


A PROPÓSITO DA DEMOLIÇÃO DO ROBIN HOOD GARDENS


2008-04-08


INTERFACES URBANOS: O CASO DE MACAU


2008-03-01


AS CORES DA COR


2008-02-02


Notas sobre a produção arquitectónica portuguesa e sua cartografia na Architectural Association


2008-01-03


TARZANS OF THE MEDIA JUNGLE


2007-12-04


MÚSICA INTERIOR


2007-11-04


O CIRURGIÃO INGLÊS


2007-10-02


NÓS E OS CARROS


2007-09-01


Considerações sobre Tempo e Limite na produção e recepção da Arquitectura


2007-08-01


A SUBLIMAÇÃO DA CONTEMPORANEIDADE


2007-07-01


UMA MITOLOGIA DE CARNE E OSSO


2007-06-01


O LUGAR COMO ARMADILHA


2007-05-02


ESPAÇOS DE FILMAR


2007-04-02


ARTES DO ESPAÇO: ARQUITECTURA/CENOGRAFIA


2007-03-01


TERRAIN VAGUE – Notas de Investigação para uma Identidade


2007-02-02


ERRARE HUMANUM EST…


2007-01-02


QUANDO A CIDADE É TELA PARA ARTE CONTEMPORÂNEA


2006-12-02


ARQUITECTURA: ESPAÇO E RITUAL


2006-11-02


IN SUSTENTÁVEL ( I )


2006-10-01


VISÕES DO FUTURO - AS NOVAS CIDADES ASIÁTICAS


2006-09-03


NOTAS SOLTAS SOBRE ARQUITECTURA E TECNOLOGIA


2006-07-30


O BANAL E A ARQUITECTURA


2006-07-01


NOVAS MORFOLOGIAS NO PORTO INDUSTRIAL DE LISBOA


2006-06-02


SOBRE O ESPAÇO DE REPRESENTAÇÃO MODERNO


2006-04-27


MODOS DE “VER” O ESPAÇO - A PROPÓSITO DE MONTAGENS FOTOGRÁFICAS



O POTENCIAL TRANSFORMADOR DO EFÉMERO: A PROPÓSITO DO PAVILHÃO SERPENTINE EM LONDRES

INÊS DANTAS


A ideia do efémero e do tempo das coisas é relativa e faz-me lembrar uma história que ouvi há muitos anos sobre a borboleta e a sequóia. Questionadas sobre a perenidade de uma flor cuja duração é de algumas semanas ou meses, a borboleta – cuja vida dura apenas alguns dias – afirma: “Toda a minha vida esta flor esteve aqui, neste mesmo sítio!” A sequóia – cujo tempo de vida pode chegar a atingir milhares de anos – por sua vez retorquiu: “A vida dessa flor é breve! Desde que aqui estou já vi centenas, mesmo milhares, nascer e desaparecer.”



UMA BORBOLETA NO HYDE PARK

Tipologicamente um pavilhão é um edifício isolado, assim denominado porque pertencente a um conjunto maior, ou pelo facto de ser temporário. É interessante analisarmos a etimologia do termo pavilhão que vem do francês “pavillon” e “papillon”, tendo a sua origem no latim “papilio” (borboleta) ou no seu acusativo “papilionem”.(1)
Todos os anos no Verão, no relvado adjacente à Serpentine Gallery no Hyde Park, em Londres, “nasce” um edifício temporário – um pavilhão. (Começa aqui a história de uma borboleta.)

Julia Peyton-Jones, directora da Serpentine Gallery, e Hans Ulrich Obrist (co-director) convidam anualmente um/a arquitecto/a contemporâneo/a de renome – e que ainda não tenha construído na Grã-Bretanha – a projectar uma ala temporária da galeria Serpentine.(2) A ideia é que esta ala temporária – materializada num pavilhão – esteja aberta ao público para eventos exteriores.
O projecto foi iniciado por Julia Peyton-Jones em 2000 e Hans Ulrich Obrist juntou-se-lhe em 2006, acrescentando também a sua experiência e habilidade como interlocutor transdisciplinar. Zaha Hadid projectou o primeiro Serpentine em 2000 e desde então o pavilhão já contou com projectos de diversos arquitectos (por ordem cronológica): Daniel Libeskind, Toyo Ito, Oscar Niemeyer, MVRDV (projecto não realizado), Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura com Cecil Balmond, Kjetil Thorsen e Olafur Eliasson, Rem Koolhaas com Cecil Balmond, Frank Gehry e SANAA. Uma presença constante tem sido a de Cecil Balmond e da equipa Arup, um recurso inteligente para assegurar a qualidade do sistema construtivo e a sua construção em pouco tempo,(3) uma vez que o processo – desde o momento da encomenda até à inauguração do pavilhão – tem a duração de um máximo de seis meses.
Este ano, no décimo aniversário da comissão Serpentine, Jean Nouvel foi o arquitecto convidado a projectar o pavilhão Serpentine 2010, a ser erigido no Verão.


PAVILHÃO SANAA: ÁRVORES E ESPELHO

O último pavilhão, construído em 2009, foi da autoria de SANAA: Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa, a quem, muito recentemente, foi atribuído o prémio Pritzker 2010. O pavilhão consistiu numa película ondulante de 25mm de alumínio que se assemelha em planta às formas de Burle Marx. Esta encontrava-se elevada do chão por pilares de 50mm de diâmetro, espalhados aleatoriamente pelo jardim, organizando o espaço entre o chão e a cobertura flutuante para uso público, incluindo espaços de permanência e um café.
A metáfora das árvores é utilizada por SANAA para a génese do projecto. Esta é uma metáfora recorrente em muitas ideias arquitectónicas. O texto de Mark Wigley (4) no catálogo do pavilhão refere a ideia e dualidade árvore-arquitectura como uma das mais antigas na história da arquitectura. No entanto, no caso do pavilhão de SANAA, apesar dos esquiços e maquetes de estudo iniciais terem partido da ideia da árvore, o resultado acaba por não traduzir esta metáfora, assemelhando-se muito mais a um fumo ou névoa oriental que se tenha sub-repticiamente escapado de uma pintura. Uma pele reflectora que se descola do solo, como se levantasse voo. Apesar de existir uma certa bidimensionalidade nesta película voadora que se vai deformando até chegar perto do chão, nalguns momentos, a utilização do espelho denota o desejo de atingir a quarta dimensão através da reflexão do movimento. O tempo vai sendo registado, as árvores que estremecem com o vento, a luz londrina, o pôr-de-sol de verão, um entardecer sombrio, o movimento de quem visita, os passantes distraídos, a chuva que cai.

O espelho é um material bastante popular na tipologia do pavilhão de jardim, tendo sido utilizado no interior de alguns pavilhões no século XVIII – um dos melhores exemplos é o de Amalienburg [tinyurl.com/yasndn5], em Munique. Amalienburg é um pavilhão de prazer construído para a rainha Maria Amália. O edifício, idealizado como pavilhão independente, foi projectado por François Cuvilliés e completado em 1739. O seu interior forma um 'gesamtkunstwerk' rococó, pontuado pelas superfícies espelhadas que reflectem o jardim. A sala dos espelhos pretendia transportar o exterior para um espaço íntimo, reflectindo a natureza planeada, num espaço contido.
A ideia do espelho tem sido utilizada em diversos projectos de arquitectura desde o início da sua produção. Por altura das comemorações da geminação das cidades de Munique e Cincinatti, o atelier Peter Haimerl projectou um pavilhão espelhado (em aço inoxidável polido) apelidado de Castle of Air tendo sido posteriormente enviado para Cincinatti. A concepção partiu de uma inversão do Amalienburg e do Pagodenburg. Em Castle of Air a utilização do espelho acaba por também evidenciar uma referência directa a Dan Graham na relação espelho-natureza. [www.tinyurl.com/ydnrw9u] No pavilhão de SANAA a associação fica-me na memória.
Ainda a propósito do espelho, embora num outro registo urbano, o material reflector foi utilizado por Eduardo Souto Moura e Ângelo de Sousa, na fachada do pavilhão que representou Portugal na Bienal de Arquitectura de Veneza de 2008 ("Cá Fora: Arquitectura Desassossegada" comissariada por Joaquim Moreno e José Gil).

No pavilhão SANAA, de acordo com a explicação dos autores, pretendeu-se criar uma colecção de atmosferas. Para isso o uso do espelho revelou-se fundamental na diluição da materialidade. A escolha do espelho na arquitectura de SANAA apresenta-se em paralelo com a transparência, conseguindo criar uma materialidade imaterial e etérea.
Cada pavilhão Serpentine vai mostrando aquilo que cada arquitecto quer transportar, quase como ex-libris dos seus valores arquitectónicos ou como oportunidade de experimentação.


PAVILHÕES COMO OPORTUNIDADE: A ENCOMENDA E O EXPERIMENTALISMO

De uma forma geral – desde os pavilhões de jardim do século XVII, de repouso, de prazer, de caça, os gazebos, as follies – a função do pavilhão era a de complementar ou pontuar um conjunto espacial existente. A construção de estruturas temporárias durante o barroco demonstrou a oportunidade de criar cenários fantásticos de carácter efémero. Em 1851, o Palácio de Cristal, em Londres, inaugura a era das exposições mundiais com um enorme pavilhão de ferro e vidro.
No século XX poderia citar inúmeros exemplos de pavilhões que contribuíram para a história da arquitectura e foram oportunidade para testar ideias experimentais, entre outros, os pavilhões construtivistas – com a sua carga ideológica e política –, o emblemático pavilhão de Mies van der Rohe em Barcelona, em 1929, o Philips Pavilion, em 1958, de Le Corbusier. Este constituiu também a oportunidade de ser um momento de colaboração interdisciplinar de Le Corbusier com Iannis Xenakis, de exploração das fronteiras da arquitectura e de um questionamento de uma prática estabelecida. Ao declarar o Poème électronique(5), Corbu passou uma linha curva e electrónica sobre o seu poema do ângulo recto. A lista de exemplos seria bastante extensa, especialmente a partir dos anos sessenta até hoje.
Exposições mundiais, festivais, bienais de arquitectura, museus, instituições, e por aí fora, encomendam estruturas temporárias, entre elas pavilhões. O pavilhão, por se situar nebulosamente entre a instalação e a arquitectura, acaba por permitir uma experimentação arquitectónica relativamente descomprometida devido ao seu carácter efémero. O pavilhão acaba por ser um pequeno manifesto construído numa mensagem que se pretende veicular, sendo esta arquitectónica, cultural, social, ecológica, ideológica ou outra. Qualquer afirmação relativa à tipologia do pavilhão tem que ser analisada caso a caso, pois diferem as motivações que levam à encomenda, o contexto social, político, os projectistas, as narrativas espaciais, as respostas tectónicas...

Em 2008, com Florian Wurfbaum, no atelier tivemos oportunidade de desenvolver um projecto para o pavilhão austríaco [www.wuda.eu/project_shanghai.html] no concurso para a Expo 2010 de Xangai (6) sob o tema geral Better City, Better Life. Há algo de muito heterotópico quanto a desenhar um pavilhão representativo de uma ideia cultural. A arquitectura traduz uma narrativa de identidades múltiplas correspondentes à complexidade da matriz cultural. A partir de Maio os olhos estarão postos em Xangai e nas diversas respostas arquitectónicas e culturais ao desafio de um pavilhão nacional.

No caso do Serpentine o desafio vai sendo respondido de forma diferente por cada atelier. Se, por um lado, Niemeyer pretende sintetizar os princípios da sua arquitectura, e SANAA acaba por fazer o mesmo conceptualmente, no caso de Siza Vieira e Souto Moura, estes aproveitam o carácter solto e experimental da comissão temporária ao mostrar que cada projecto é uma resposta única a um conjunto de circunstâncias. Apresentam a sua ideia como um animal que se encontra ancorado no terreno mas com o corpo tenso, pronto a atacar a galeria. Isto é conseguido através da dinâmica curvilínea da cobertura – uma estrutura de madeira em grelha. A cobertura vai sofrendo “acidentes”, deformando-se. A preocupação contextual é materializada no uso do material, nestes “acidentes” (como refere Siza neste contexto, a arquitectura é, muitas vezes, feita de acidentes que dão o carácter aos edifícios) e na relação com a escala doméstica da galeria. A reacção às arvores que rodeiam o pavilhão foi um dos pretextos para a assimetria da curvatura da superfície, tal como a reacção à galeria onde a cobertura se inclina como uma saudação. Através da escolha de materiais e da solução da iluminação o pavilhão assume um certo carácter low-tech requintado. No caso do pavilhão de Kjetil Thorsen e Olafur Eliasson o projecto foi uma oportunidade de colaboração transdisciplinar [www.tinyurl.com/yahooah] esvanecendo as fronteiras da intervenção arquitectónica e artística.

Um outro aspecto muito satisfatório de projectos ligados a um evento é o da velocidade e fluidez do processo. Hoje em dia, com todas as incertezas na produção da arquitectura, a nível de comissão e desenrolamento do processo de projecto e sua construção, a certeza da conclusão numa determinada data e do empenho dos agente envolvidos num mesmo fim constitui uma excelente motivação para todos (muito embora em 2005 o pavilhão dos MVRDV não tenha sido construído). Concomitantemente, verifica-se uma predisposição das especialidades e das empresas para soluções experimentais. No caso do Serpentine os custos são patrocinados por diversas instituições e empresas que vêem o pavilhão como mecenato ou oportunidade publicitária. No final o pavilhão é vendido, e a sua venda representa no máximo 40% do custo total do investimento.

A função social do pavilhão pode registar-se a vários níveis, no exemplo do Serpentine esta assume-se enquanto dinamização do espaço público, e ao mesmo tempo tornando acessíveis determinados conteúdos e valores espaciais. Tal como o tema People meet in Architecture da 12ª Bienal de Arquitectura de Veneza, que decorrerá este ano dirigida por Kazuyo Sejima, os pavilhões no Hyde Park são um ponto de encontro de pessoas.

Por outro lado, a experimentação e o imaginário dos pavilhões pode revelar-se útil noutros contextos, em situações onde função social é sinónimo de resolução de carências sociais estruturantes e onde é necessário erigir expeditamente. Um exemplo é o projecto desenvolvido pelo Studio3 do Institute for Experimental Architecture, da Universidade de Innsbruck para a Social Sustainable Architecture em 2006 - um jardim-escola na África do Sul Olifantsvlei [www.olifantsvlei.net/#]. Este foi projectado e erigido por 30 alunos do departamento em parceria com entidades locais. O desenho foi utilizado enquanto potenciador da vivência espacial, na perspectiva de acrescentar valor à experiência diária das crianças-utilizadoras, numa atitude de “design does matter”. Tal como no Serpentine a maioria dos custos foi patrocinada, e a necessidade de construir a baixo custo e em pouco tempo fez uso de um know-how associado à construção temporária.


FORM FOLLOWS EVENT

Um dos aspectos mais importantes do pavilhão é o seu papel 'atractor' no espaço urbano. Durante o dia, o pavilhão tem a função de abrigo do sol ou da chuva, repouso, fruição, café, cenário de fotografias. Um grande contributo do pavilhão Serpentine para a dinâmica urbana é o seu lado nocturno – as Park Nights e o ciclo de Maratonas iniciado e imortalizado em 2006. Foi neste ano que Rem Koolhaas projectou o pavilhão e Hans Ulrich Obrist se lhe juntou ao projecto Serpentine como co-director e curador.
Rem Koolhaas, no seu pavilhão, criou um conto relacional com a galeria mãe, interpretando a forma circular do espaço central da galeria, aumentando-o, e criando a base do novo pavilhão – um cilindro translúcido de policarbonato. E, enquanto que a forma de SANAA levita, a de Koolhaas explode num balão de hélio que podia levantar voo. O insuflável de Koolhaas aproxima-se, a nível formal, dos projectos austríacos dos anos sessenta: Coop Himmelblau, Haus Rucker Co. e Hans Hollein no início da carreira.
Rem Koolhaas [www.tinyurl.com/ycgalkn] assumiu o seu pavilhão enquanto definido por eventos e actividades, assentando na ideia de arquitectura-evento de Bernard Tschumi, que, por sua vez, se inspira nas ideias austríacas e britânicas dos anos sessenta, reflectidas, por exemplo, no projecto Instant City dos Archigram.
Da dinâmica Hans Ulrich Obrist-Rem Koolhaas nasceu uma maratona de 24 horas – 24-hour Serpentine Gallery Interview Marathon – onde diferentes convidados relevantes em diferentes disciplinas debateram sobre a cultura contemporânea [www.tinyurl.com/ycpqshq].
Shumon Basar na Log 8 (7) reflecte sobre a vitalidade e a dinâmica que a maratona imprimiu na cidade em 2006 e como conseguiu criar um domínio público exploratório nas 24 horas que durou, assumindo o lado utópico dos organizadores no sacrifício pela arte ou pela sociedade. A Marathon, que este ano comemora o seu quinto aniversário e se ocupará do tema “Mapping”, é segundo Hans Ulrich Olbrist uma homenagem a Cedric Price, e na minha opinião emana algum espírito accionista vienense.

O Serpentine é uma iniciativa que se insere num contexto específico: Londres, Hyde Park, galeria Serpentine. Talvez Londres seja uma cidade propícia a eventos efémeros, pelo facto de se mostrar tão imóvel na sua estrutura interna. Daí que o pequeno pavilhão, para além da possibilidade de rápida construção, permite ultrapassar restrições e regulamentações. Neste sentido, veja-se, entre muitos outros projectos de instalações temporárias que vão sendo construídos pela cidade, o projecto de arte pública PORTAVILION [www.tinyurl.com/y939bx6], os Summer Pavilions da AA, o Hear here [www.tinyurl.com/ydx8n2o], da Unit 23 da Bartlett (8), e aguardamos o International Architecture Student Festival 2010 (9) para o qual estudantes de arquitectura de diversas faculdades internacionais estão a desenvolver projectos temporários para a cidade, a maioria destes tirando partindo das técnicas actuais de CAD-CAM.

Contemporâneo da ideia Serpentine, o Young Architects Program (YAP) [www.ps1.org/yap/] consiste numa série de concursos anuais para um pavilhão e comissões temporárias, co-organizada pelo P.S.1 Contemporary Art Center e pelo MoMA em Queens, Nova Iorque. Foi estabelecido em 2000 para consolidar a parceria entre as duas instituições; no entanto, uma versão análoga noutros moldes já decorria desde 1998 promovida por Alanna Heiss - P.S.1. A ideia difere do Serpentine nos critérios da escolha do atelier de arquitectura – enquanto que o Serpentine procura arquitectos aclamados, o YAP, tal como o nome indica, pretende dar oportunidade a arquitectos jovens e emergentes.

No contexto americano, em 2007, as comemorações do 25º Aniversário da Storefront [www.tinyurl.com/ydxfwqg] incluíram a construção de um pavilhão e 26 dias de actividades (no entanto o evento não teve continuidade). Em 2009, foram erigidos os Pavilhões Burnham [www.tinyurl.com/c9b6v4] no Millennium Park em Chicago, para comemorar os 100 anos do Plano Burnham para a cidade.


REPTO NO CONTEXTO PORTUGUÊS

Em Portugal, poder-se-ia fazer algo semelhante a nível de comissão anual e temporária, por exemplo com as feiras do livro, tal como já aconteceu em 2005 com o pavilhão para a Feira do Livro de Lisboa [www.tinyurl.com/yb346ew] desenhado por marcosandmarjan – Marcos Cruz e Marjan Coletti – (e tal como no contexto espanhol, em Madrid, com o pavilhão [www.tinyurl.com/ycl67ow] desenhado por Marcelo Dantas e Olga Sanina).

Há dez anos atrás, ao propor (10) a ideia de lançar um concurso de arquitectura para a Feira do Livro em Coimbra, perguntaram-nos se o que estávamos a propor era um concurso para uma “tenda bem desenhada”. Obviamente esta afirmação é redutora, e enquadrava-se na ausência de infraestruturas culturais em Coimbra. Uma solução temporária para um problema latente urbano era vista nestes termos, tendo em conta que depois da desmontagem a lacuna da cidade persistiria.


A BORBOLETA BATE AS ASAS – A IMPREVISIBILIDADE TRANSFORMADORA DO EFÉMERO

A ironia da “tenda bem ou mal desenhada” é, eventualmente, a crítica que pode ser lançada aos pavilhões. A cidade vê passar estes momentos efémeros como a sequóia vê passar as flores e as borboletas.
Inicialmente, Oscar Niemeyer, quando foi convidado para desenhar o pavilhão Serpentine, em 2003, começou por recusar o convite dizendo que apenas construía edifícios de betão. Niemeyer acabou por mudar de ideias convencendo-se da utilidade do pavilhão, mau grado o seu carácter efémero, no entanto (para além de ter construído em betão) confessou que teve a preocupação de que o pavilhão traduzisse em pequena escala as suas ideias arquitectónicas. (11)
Os pavilhões temporários não vão sendo absorvidos pelo tecido urbano e pela realidade física mas sim por uma história abstracta que vai coleccionando exemplos passados e inspirando eventos futuros. É este aspecto mediático e de multiplicação do/s sítio/s que Beatriz Colomina descreve ao referir-se ao pavilhão de Barcelona de Mies van der Rohe. Numa época em que os media e os instrumentos de informação se movimentavam de forma muito mais lenta, o pavilhão de Barcelona temporário conseguiu influenciar toda a história da arquitectura do século XX (12), acabando por ser reconstruído.

(Esta é a fase em que o casulo está tecido e a borboleta finalmente se solta. Terá ainda que esperar algumas horas até que as asas se encontrem suficientemente rígidas para poder voar.)
A borboleta bate as asas!
O bater da asa da borboleta representa uma pequena alteração da condição inicial do sistema provocando potencialmente uma reacção em cadeia com efeitos imprevisíveis. Este exemplo metafórico que serve para ilustrar a teoria do caos, bastante usado noutros campos disciplinares, pode revelar-se pertinente no que diz respeito à arquitectura temporária e ao seu potencial efeito catalítico.
A fragilidade de um pavilhão perante o tempo encontra-se revestida de um potencial de transformação, ainda que efémero. No entanto, este terá a capacidade de alterar temporariamente a cartografia da cidade, o seu imaginário e, potencialmente, outros lugares, físicos ou construídos disciplinarmente, podendo gerar um efeito em cadeia imprevisível.
Mas apenas o tempo o dirá.


Inês Dantas
Arquitecta pelo DARQ Universidade de Coimbra (2004). Vive entre Londres e Munique. Docente na Faculdade de Arquitectura de Innsbruck desde 2006. Conferencista no Rizvi College of Architecture Bombaim, MArch UD Bartlett, entre outros. Co-fundou em 2006 o atelier WUDA* Wurfbaum Dantas Architects. Encontra-se com licença de investigação, desde 2009, a desenvolver tese de Doutoramento sobre a Superfície da Cidade na área de Arquitectura e Urbanismo na Bartlett School of Architecture em Londres.


NOTAS

(1) O termo começou por ser utilizado com este sentido para designar as tendas erigidas nos campos militares pela semelhança do tecido têxtil em tensão com as asas de uma borboleta.

(2) A Serpentine Gallery é um antigo pavilhão de chá, de linha neoclássica, datado de 1934 e adaptado à função de galeria de arte em 1970.

(3) É interessante notar que Oscar Niemeyer fez absoluta questão em também integrar activamente o seu próprio engenheiro – José Carlos Sussekind – colaborador do arquitecto centenário há três décadas.

(4) Mark Wigley, “Optical Acupuncture”, SANAA Serpentine Gallery Pavilion 2009, Catálogo do Pavilhão, Koenig Books, 2009.

(5) Peça de música electrónica escrita por Edgar Varèse.

(6) WUDA* Architects – Projecto finalista em segundo-lugar ex-aequo – The Hills are Alive.

(7)Shumon Basar, “Don´t Stop, Never Stop”, Log 8, Summer 2006, Anyone Corporation.

(8) Ric Lipson's Diploma/Masters orientado por Bob Sheil e Emmanuel Vercruysse, Bartlett School of Architecture.

(9) O evento insere-se no contexto do London Festival of Architecture [www.tinyurl.com/y89z4vx].

(10) Ideia para a Feira do Livro de Coimbra 2001, com Gonçalo Azevedo; porém, o concurso não se chegou a realizar.

(11) Oscar Niemeyer, Serpentine Gallery Pavilion 2003, Catálogo do Pavilhão, Koenig Books, 2003.

(12) Entrevista a Beatriz Colomina, Revista NU#21 Marginalidades, Novembro 2004.