|
PERFORMA 07 - NEW VISUAL ART PERFORMANCEANA CARDOSO2007-11-18PERFORMA 07 - New Visual Art Performance 27 Outubro - 20 Novembro 2007 A nova bienal de performance de Nova Iorque começou em 2005, sendo esta a sua segunda edição â PERFORMA 07. De 27 de Outubro a 20 de Novembro, realizam-se inĂșmeras performances por toda a cidade (em galerias, museus, na rua, em lobbys, cinemas, teatros, lojas, bares, cafĂ©s, etc), as quais incluem conferĂȘncias, conversas, pontos de encontro, programas de televisĂŁo e rĂĄdio, numa pesquisa artĂstica e de exploração dos novos media no campo da performance, dentro da vida cultural da cidade. A PERFORMA, criada e dirigida por Rose Lee Goldberg, tem como objectivo consolidar e alargar a influĂȘncia da histĂłria da performance atĂ© ao presente e ao futuro, e criar uma linha contĂnua com a criação actual, com novos pĂșblicos e conceitos. Os artistas participantes sĂŁo de todas as partes do mundo e pertencem a vĂĄrias geraçÔes de artistas. Nesta cidade, introduzir performances como matĂ©ria quotidiana Ă© transformar gestos invisĂveis, passĂveis de serem observados, e ocultar outros â numa malha intermitente de visibilidade e participação. Este ano, hĂĄ dez comissĂ”es principais de artistas em representação da bienal, uma programação educacional e um enfoque no tema da relação da dança de vanguarda com as artes visuais. Ao todo, contam-se noventa artistas que se articulam com vĂĄrios media.. Os anos sessenta e setenta foram, em Nova Iorque, Ă©pocas experimentais e de grande inovação nos campos da dança, da mĂșsica, do cinema e das artes visuais. Na programação existem reencenaçÔes de peças lendĂĄrias, â como â18 Happenings in 6 Partsâ, de Allan Kaprow, que pretendia com o conceito de happening obter a participação do pĂșblico â que activam e ligam essas ideias ao contexto actual. A exposição, comissariada por Mathieu Copeland para o Swiss Institute e intitulada âA Spoken Word Exhibition and a Series of Spoken Word Retrospectivesâ, inclui tambĂ©m alguns artistas conceptuais. Para vermos, ou melhor, para ouvirmos as peças da exposição, temos de pedir aos funcionĂĄrios que as digam. âWhenever asked to hear the piece by Ian Wilson, the gallery staff will engage the word âtimeâ. Playing on the time of a piece (Time being Wilsonâs first discussion piece from 1968), the work insists on the main constituent that is ultimately at the core of all spoken word pieces: timeâ. HĂĄ ainda performances especiais, tal como leituras ao vivo de Robert Barry, Michael Portnoy, Karl Holmqvists, King Mob, David Medalla, Mai-Thu Perret, e Vito Acconci, no programa diĂĄrio da bienal. Adam Pendleton Ă© um dos artistas convidados pela Performa para criar uma nova obra, no Stephan Weiss Studio. Em âThe Revivalâ, Pendleton mistura a religiosidade do sul, de sentido comunitĂĄrio â pop, gospel e jazz â com uma linguagem experimental (beat e conceptual) e convida escritores, poetas, cantores, dançarinos, mĂșsicos, encenadores e artistas â como Liam Gillick ou Jason Moran â a participarem numa peça onde a linguagem Ă© teatro puro. Tony Conrad participa na bienal com âWindow Enactmentâ, 2007, na galeria Greene Naftali. A performance tem por objectivo mostrar o que se passa atravĂ©s de uma pequena janela, pelo que pouco se vĂȘ do que se passa realmente. A duração Ă© demasiado longa e exasperante â dos actores ao pĂșblico, as acçÔes sĂŁo simultaneamente banais e fetichistas. O objectivo parece ser mesmo a dificuldade do espectĂĄculo â e atĂ© que limite de frustração ele pode ser levado. Como Ă© descrito por Quinn Latimer no site da bienal: ââŠperformers (including Ei Arakawa) strip, dance, dress, read, whisper on their cell phones, play naked string duets, lounge, have sober flashlight wars, assemble and dissemble. As Conradâs actors cycled through a series of cinematic tropes â boredom, sex, surveillance â the mini-scenes were punctuated with heavy breathing and soaring movie-like sound tracks (Wagner alternated with the Bavarian State Symphony Orchestraâs 1958 recording Atlantis in Hi-Fi) that cued emotional heights or resolutions that were nowhere on display in the stilted, inscrutable goings-on. Through it all, Conrad dipped in and out either naked or like a directorial seahorse in a sea-foam green button-down. In fact, getting in and out of their clothes seemed to occupy quite a bit of the troupeâs time, as it does ours, come to think of it. Light played a central role, changing intensity, color, sometimes indulging in a spirited show of projected ciphers that streamed up the wall then exploded into white dissonance. As the piece progressed, and the restless crowd thinned, changed position, and started making lightshows of their own with cell phones and digital cameras, the performance began to adhere to some semblance of a shape.â Com Ei Arakawa e Amy Sillman, na Japan Society, a celebração Ă© outra. Com a performance âBYOF â Bring Your Own Flowersâ, onde a pintora Amy Sillman vĂȘ na audiĂȘncia as suas pinturas passear e literalmente dançar, enquanto as flores trazidas pelo pĂșblico sĂŁo usadas em arranjos florais pela subtil, certeira e misteriosa arte japonesa do Ikebana. Ei Arakawa (n. JapĂŁo, 1977) joga, nas suas performances de grupo, com a iminĂȘncia do acaso e do caos, a par com uma beleza intuitiva e superficialmente naive. Carlos Amorales, em âSpider Galaxyâ, comissĂŁo especial da Performa, instala uma escultura de 400 peças, em forma de teia de aranha, no ĂĄtrio de um edifĂcio da Madison Ave., onde um Ășnico bailarino dança todos os dias Ă s 13:00 e Ă s 14:00 horas, acompanhado pelo som subsĂłnico de Julien Lede, intitulado âSpider Web Negative (Stage)â, que sai da prĂłpria escultura-palco. A peça comissariada pela Performa, que inaugurou a bienal no Museu Solomon R. Guggenheim, foi uma reencenação de Francesco Vezzolli da peça de Luigi Pirandello, âRight You Are (If You Think you Are)â, de 1917 â que trata de questĂ”es de celebridade, verdade relativa, boatos, ilusĂŁo e a instabilidade que subsiste na estrutura da personalidade. Como explica Rachel Lois Clapham: âŠâIt was VezzoliÂŽs first ever live performance and it launched amid long waits and even longer queues containing famous artists, major and minor celebrities and increasingly restless arty types. The bill of actors for this one night performance included a star studded line up: Cate Blanchett, Abigail Breslin, Ellen Burstyn, Anita Ekberg, Marcus Carl Franklin, Natalie Portman, Peter Sarsgaard, David Strathairn, Elaine Stritch and Dianne Wiest. All these A-listers were here to do justice to VezzoliÂŽs vision of PirandelloÂŽs play, which was originally conceived as a tale of the impossibility of objective truth, centred around the central (mostly absent) character of âSignora Ponzaâ, that Vezzoli has turned into a parable of the modern day cult of celebrity, incorporating superb Galliano and Prada designed outfits and casting Cate Blanchett as the elusive Signora Ponza. A small proportion of the audience (âŠ) find themselves relegated to a screening room; a space in which 12 foot high video screens showcased the lucky audience for the ârealâ performance of Right You Are (If You Think You Are) that was happening far away at the other side of the Guggenheim. (âŠ) However, when Cate Blanchett entered stage right and took a seat with her back to us facing the screens, everything suddenly fell into place. CateÂŽs presence was confirmation that something live was happening in our space (âŠ) In fact, the manipulation of the audience and their ego is integral to the work; the class distinction in the tickets and seating toys with our delicate sense of self (âŠ) Vezzoli used the audience as test site (âŠ) The moral of VezzoliÂŽs story is that gossip is truth, or as objective as the truth, and you are who you gossip about or watch. Moreover, if you donât watch, or arenât gossiped about or gazed upon, you donât exist in contemporary culture.â âIâll Be Thereâ (2007) foi a performance quase invĂsivel de Dave McKenzie, que avisou que estaria no âAdam Clayton Powell Jr. State Office Building Plazaâ, dia 1 de Novembro, e esteve: sentado num banco, a pedir que o descobrissem. Esta performance Ă© quase uma nĂŁo performance, por ser entendida como um encontro autĂȘntico, imprevisĂvel e banal. Outras performances interessantes sĂŁo as de Nathalie Djurberg, âUntitled (Working Title Kids & Dogs)â, comissariada para a Performa; Japanther, uma banda de Brooklyn de rock ruidoso; Yvonne Rainer, âRoS Indexicalâ, co-comissariada pela bienal e pela Documenta, que estreou em Agosto deste ano em Kassel; âSNĂFRID #0 - World Premiereâ, apresentação pĂșblica e anĂĄlise da persona âSNĂFRIDâ (uma revista de arte), atravĂ©s de performances e conversas, com a participação de Michael Portnoy (NYC), Alison Knowles (NYC), Are You Meaning Company (Nagoya, TĂłquio), assume vivid astro focus (NYC), Fia Backström (NYC), Rainer Ganahl (NYC), Karl Holmqvist (Berlin, Estocolmo), David Adamo (NYC), Tove Leffler (Estocolmo), International Festival (Estocolmo/ Nilreb/Heaven), Shaun El C. Leonardo (NYC), Jelena Rundqvist (Estocolmo), Hans Isaksson (Estocolmo), Emily Sundblad (NYC), Zoila Imaculada de la ConcepciĂłn (NYC, Santiago do Chile), Elke Krystufek (Viena), Marianne Vitale (NYC) e Allan Kaprow; Carolee Schneemann mostra âRemains To Be Seenâ, uma oportunidade de vermos os seus novos vĂdeos no Antology Film Archives; Darren OâDonnell desenvolve o projecto âHaircuts by Childrenâ, onde crianças entre os 8 e os 12 anos cortam o cabelo a quem quiser, em cabeleireiros entre Chinatown e Tribeca; AĂŻda Ruilova apresenta âThe Silver Globeâ, onde tambĂ©m participa Ian Vanek, em âThe Kitchenâ; os Dexter Sinister, em colaboração com Ryan Gander, criam um programa de rĂĄdio especialmente concebido para a PERFORMA Radio, onde se fazem leituras de textos intercalados com excertos de um programa piloto de televisĂŁo; e âBring Me the Head ofâŠâ , performance diĂĄria no restaurante Freemans, do âcozinheiroâ Serkan Ozkaya, que traz ao cliente que vem almoçar um prato com a cabeça do seu artista preferido⊠Conversas com artistas, workshops sobre performance, encontros marcados em todas as noites da semana num bar de Nova Iorque. Para conseguir ver tudo e planear bem, sĂł indo ao site da Performa, onde a informação se avoluma diariamente mas onde podemos comprar bilhetes online â ou decidirmo-nos pelos eventos grĂĄtis. Ana Cardoso LINKS http://performa-arts.org/ http://07.performa-arts.org/commissions.php |