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MANTÉM O SEU O SEU LUGARA ART BASEL2012-06-14Audrey Furlaneto, da Agência Globo, falou com Marc Spiegler, um dos diretores da Art Basel, que afirmou que o evento mantém o seu lugar de destaque à base de um único elemento: o comité de seleção. Mais de mil galerias inscreveram-se para obter uma vaga nesta 43ª edição da feira que realiza-se de 14 a 17 de junho – e “apenas” pouco mais de 300 estarão lá. Elas vêm de 36 países de seis continentes e devem apresentar trabalhos de 2.500 artistas. Os números são parte de um contexto “obviamente diferente” (mais aquecido), diz Spiegler, daquele em que a Art Basel surgiu, em 1970, e, mais uma vez, é o comité de seleção que mantém a feira “jovem e arejada”. “A cada cinco anos, temos 20% de novas galerias” - explica Spiegler, que divide a direção do evento com Annette Schönholzer. A feira está muito mais internacional, seja quanto às galerias, seja quanto aos colecionadores. Para Spiegler, que nunca divulga as vendas do evento, as diferentes seções também ajudam a manter a “frescura” de Basel. Na Art Unlimited, por exemplo, as galerias podem propor projetos maiores, com até 300 metros quadrados. É nela, por exemplo, que o artista americano Chris Burden, representado pela galeria austríaca Krinzinger, mostrará a ponte de metal Curved bridge (2003). Já a seção Art Feature volta-se para projetos curatoriais apresentados pelas galerias. Na seção Art Film, o destaque é o documentário Marina Abramovic: The artist is present (2011), de Matthew Akers. Também na programação da Art Basel, mas num teatro da cidade, a artista vai encenar a ópera-teatro The life and death of Marina Abramovic, com direção de Robert Wilson. Há ainda na programação paralela mostras de Jeff Koons e Renoir, entre outros. O diretor da Art Basel é cuidadoso ao comparar a “feira-mãe” com sua “filha” Miami Basel, que teve sua 10º edição neste ano. Diz que discorda da fama de a primeira ser mais conceptual e a segunda, mais comercial. Não há, segundo ele, grandes diferenças artísticas, já que dois terços das galerias participam das duas feiras. O que existe, afirma, é uma diferença geográfica. “Há alguma diferença em estar na Europa ou em Miami Beach. Mas, se você olhar para a Miami Basel, verá muita preocupação e seriedade e, da mesma forma, se olhar para a Art Basel, verá trabalhos não só conceituais, mas que cobrem todo tipo de possibilidades” – defende. “Miami Beach é mais jovem, não tem o peso de estar na Europa”. Por outro lado, Spiegler defende a importância de ambas, no âmbito comercial e conceptual. Para uma galeria, o impacto de integrar a marca, afirma ele, “é realmente grande”. “Uma boa medida é que 99,5% das galerias que se candidataram uma vez voltam a se candidatar” - diz o diretor. Entre as novidades que acompanham a Art Basel neste ano está o lançamento do braço da feira em Hong Kong (em maio de 2013). Se em Miami e em Basel as galerias são 50% americanas e 50% europeias, respectivamente, em Hong Kong 50% serão asiáticas. O diretor afirma que a abertura da nova filial não está ligada à crise económica (“Estamos a olhar para a Ásia há dez anos”, diz) e destaca as semelhanças entre o movimento atual e aquele feito pela Art Basel quando inaugurou o seu outro braço. O mercado de arte crescente que Miami apresentava há dez anos agora desponta na Ásia. “Não é só a Indonésia, a China... Há muitos mercados diferentes dentro do continente. Por um lado, é um desafio como o de Miami. Por outro, temos a chance de abrir um caminho ainda não explorado”, explica. A última Miami Basel, em dezembro do ano passado, reuniu 260 galerias de 30 países e atraiu 50 mil visitantes. ART BASEL 43 www.basel.artbasel.com |