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THE ARMORY SHOW - 160 STANDS / TOP 10![]() ANA CARDOSO2008-04-03![]() The Armory Show - The International Fair of New Art Pier 94, Nova Iorque 27 a 30 de Março 2008 O fim de semana das feiras de arte em Nova Iorque é um momento exemplar de consumismo artístico (em princípio pouco afectado pela depressão económica). O primeiro mundo está em peso no Armory – as galerias são sobretudo alemãs, londrinas, nova-iorquinas e parisienses. Há as italianas, espanholas, escandinavas, canadianas, holandesas, belgas, suíças e as da costa oeste (L.A. e São Francisco), em menor número. Quatro asiáticas, uma de Israel, uma da África do Sul, uma de Nova Deli e nenhuma portuguesa - a não ser na Volta (feira satélite do Armory, que só mostra projectos individuais), onde está a Paulo Amaro Contemporary Art. No Armory há sobretudo pintura e escultura, fotografia e desenho, muitos livros e pouco vídeo. Essa função está relegada para a Diva – Digital & Video Art Fair, que acontece paralelamente em vários contentores espalhados pelas ruas de Chelsea e se dedica apenas aos novos media. Há ainda a Pulse, a Scope e a Bridge, onde estão as galerias que não se encontram no Armory. Eu decidi ir ao Armory e à Dark Fair - um projecto experimental, paralelo, no Swiss Institute. A Dark Fair tem participantes como a Air de Paris ou a White Columns e não tem luz eléctrica! Há um dj que passa som através de um gramofone e até se construiu um jardim interior - segundo descrições no site. A verdade é que tantas pessoas acharam interessante esta feira alternativa, que era preciso esperar duas horas para entrar e tive de desistir. Isso é coisa que não acontece no Armory Show, onde a entrada custa 30 doláres ao visitante comum e o objectivo é negócio (em 2007 o Armory realizou 85 milhões de doláres em vendas e subiu em relação aos 62 milhões de 2006). Destaco da malha mais ou menos incógnita dos 160 stands algumas galerias, obras e projectos que interessam. Concluo que fui acima de tudo seduzida pela pintura e escultura abstracta, concreta, experimental e/ou hermética que domina este ano a feira. Corvi-Mora, de Londres, mostra entre outros trabalhos pinturas de Richard Aldrich. Na galeria Barbara Weiss, de Berlim, destacam-se as pinturas de Rebecca Morris. Na Dicksmith Gallery, de Londres, conheci o trabalho de Alistair Frost. A Sutton Lane, também londrina, tinha um stand despojado com obras de Jutta Koether, Reena Spaulings, Eileen Quinlan, Cheyney Thompson ou Blake Rayne (este último expõe individualmente na galeria Miguel Abreu, no Lower East Side). A Greene Naftali, de Nova Iorque, mostrava desenhos de Paul Sharits e uma escultura de parede de Gedi Sibony. Na Galeria nova-iorquina Andrew Kreps, uma pintura de Uwe Henneken. Esculturas de Carol Bove na galeria Dennis Kimmerich, de Düsseldorf. Obras de Lili Dujourie, Peter Friedl, Nedko Solakov (incluídos na Documenta 12), Jef Geys (Documenta 11), Olaf Nicolai, Pierre Bismuth, Peter Downsbrough, Jana Sterbak, Rainer Oldendorf, John Murphy, Suzanne Lafont, e Olivier Millagou na galeria Erna Hécey, de Bruxelas. Na galeria Francesca Pia, de Zurique, destacam-se Mai-Thu Perret e Wade Guyton. Por fim, uma obra de parede de Ceal Floyer, em fita adesiva de sinalização, no stand da Lisson Gallery de Londres. Encontrei mais stands interessantes como a galeria londrina Modern Art, que representa Eva Rothschild, Bas Jan Ader, entre outros; a galeria parisience Kamel Mennour, que mostra trabalho recente de Daniel Buren; o stand do Swiss Institute em Nova Iorque; o stand do New Museum of Contemporary Art; as galerias nova-iorquinas Murray Guy, 303 Gallery (uma pintura de Mary Heilmann), D’Amelio Terras, Tanya Bonakdar (as obras de Dirk Stewen, Ian Kiaer e Nicole Wermers), e CANADA (Joe Bradley); Annet Gelink, de Amsterdão; o stand de venda de livros de arte da distribuidora D.A.P.; o átrio de leitura e venda da revista Artforum; o lustre que emite um texto em código morse, do artista Cerith Wyn Evans, na galeria londrina White Cube / Jay Jopling; a pintura de Chris Martin sobre a cantora Amy Winehouse na galeria nova-iorquina Mitchell-Innes & Nash; as pinturas negras de Peter Peri na Carl Freedman de Londres; e o desenho de parede, um X a preto, do artista Martin Creed, na londrina Hauser & Wirth. Pedro Cabrita Reis estava representado individualmente na galeria romana Magazzino d’Arte Moderna com o projecto “The Leaning Paintings #4”. The Armory Show, a feira de arte, celebra dez anos em 2008 e os artistas convidados para definir a sua imagem são John Waters e Mary Heilmann. Há projectos site-specific como o mural-colagem dos Assume Vivid Astro Focus, co-produzido pela Deitch Projects, que cobre a parede exterior do VIP Lounge; a carrinha “Untitled (The Van)” de Alex Bag, de 2001, instalada no restaurante e dentro da qual podemos ver um vídeo e mais objectos. Por causa do Armory movimentam-se milhões de doláres e de esforços, prolongam-se exposições (como fez o New Museum com a exposição inaugural “Unmonumental”), há galerias abertas fora do horário normal (em Williamsburg as galerias ficam abertas até às 23H00, ao sábado), fazem-se visitas guiadas às galerias do Lower East Side e conferências paralelas sobre inúmeros assuntos. O Göethe Institut e o Kunstverein de Munique inauguraram durante o fim de semana um espaço pequeno no Lower East Side (Ludlow 38), desenhado por Liam Gillick. Este ano há também a coincidência com a Bienal do Whitney 2008 - muitos dos seus artistas têm especial destaque na feira. Ana Cardoso LINKS www.swissinstitute.net www.thearmoryshow.com |