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O Museu de Arte Contemporânea de Serralves aproxima-se de 2017 deixando o registo de um último ano marcado por conferências e conversas com algumas das maiores personalidades da esfera artística a nível nacional e internacional. A instituição manifesta o seu compromisso com a promoção da arte contemporânea e dá mais um passo no caminho para o avanço e conhecimento da arte e da cultura no nosso país.

A proposta foi lançada para pensar toda a esfera da arte contemporânea, desde a sua produção nas mais variadas formas, à sua exposição, curadoria e colecionismo, e suas relações com a atualidade. O auditório e a biblioteca do museu tornaram-se palcos de ocasiões inéditas, algumas que se destacam, aqui, pela possibilidade de representarem esta forte programação.

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Dia 3 de Novembro, no âmbito de mais um notável Fórum do Futuro organizado pela Câmara Municipal do Porto, o auditório do Museu de Arte Contemporânea de Serralves recebeu alguém que, como a diretora do museu Suzanne Cotter introduziu, é tanto curador quanto pensador: Hans Ulrich Obrist.

Obrist, curador, crítico e historiador reconhecido internacionalmente, é autor de mais de 300 exposições e detém um dos mais importantes arquivos da nossa época, com registos de trabalhos de artistas, projetos e entrevistas. Trabalha nas grandes capitais da cultura e colabora com as maiores instituições de arte do mundo. Com o objetivo de conhecer o meio cultural e artístico, em jovem desafiou-se a visitar 30 cidades em 30 dias, experiência que, certamente, contribuiu para se tornar a grande personalidade que hoje conhecemos.

Convidado a falar sobre curadoria, em formato de conferência, Hans Ulrich Obrist começa por explicar que entende esse métier, ultimamente tão explorado, como simplesmente cuidar, organizar e relacionar coleções e objetos. Contudo, o que nos apresentou ultrapassa largamente essa simples noção. Com uma capacidade invulgar de conduzir o discurso de modo informativo e dinâmico, ao mesmo tempo apresentando e desvendando grande parte do seu curriculum de exposições realizadas, o curador permitiu-nos entrar no seu mundo e na sua forma de pensar, para compreendermos o que o cativa e move.

Através do trabalho de Hans Obrist, verifica-se como, tanto ou mais importante que os objetos artísticos, são os seus contextos de produção e exposição. Tal como, habitualmente, se identificam os fatores determinantes no trabalho de cada artista, bem como as particularidades dos objetos artísticos que produz, o mesmo deve ser feito em relação aos locais expositivos, quer eles sejam instituições ou espaços mais privados. De um mesmo modo, o tempo é um factor determinante no desenvolvimento das obras e das suas exposições, podendo ser compreendido como um hiper-objets, ocupando uma posição central em todo o projeto expositivo. Consecutivamente, no momento de conceção de uma exposição, a atualidade deve ser pensada, pois, muitas vezes, é ela que desperta e influencia os artistas, definindo o seu ponto de partida ou até constituindo a temática de toda a criação. Este processo, que torna cada projeto expositivo singular e, em certa medida, irrepetível, aproxima o exercício da curadoria ao da própria prática artística, ainda que esta ideia seja, frequentemente, posta em causa e até mesmo rejeitada.

Assim, para Hans Ulrich Obrist, o envolvimento da cidade onde a exposição assenta, desempenha um papel crucial na natureza de todo o projeto, sendo necessária uma séria consciência dos seus acontecimentos, características e carências. Nesse mesmo âmbito, o curador, mesmo começando com um coletivo de artistas, já convidou outros, locais, a participarem e integrarem determinada exposição, o que a torna esta mais característica e lhe atribuí um novo sentido e significado.

Obrist procura também repetir esta particular singularidade em alguns projetos fixos, sendo exemplo disso as Serpentine Summer Pavilion Series. O projeto, inaugurado em 2000, em Londres, apresenta, a cada ano, uma atualizada programação, numa totalmente nova wing, ou seja, um novo pavilhão. Este é concebido por um arquiteto estrangeiro, criteriosamente selecionado entre aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de desenvolver trabalho no Reino Unido. Caso disso e que se pode destacar, é o edifício inaugural da autoria da arquiteta anglo-iraquiana Zaha Hadid, um dos únicos dois que não é temporário.

Hans Obrist, através da realização de exposições dinâmicas, mutáveis e em distintos locais, propicia o desenvolvimento de relações, contactos e ligações entre pessoas, práticas e criações artísticas. Tal como Suzanne Cotter o apresentou, o curador tem uma capacidade sui generis de unir pessoas e ideias, algo que torna a sua ação e trabalho tão singulares e valiosos. Também com o objetivo de propiciar ligações, através da comunicação, o mais recente objeto de trabalho e pesquisa do curador é a escrita. Sabe-se que esta funciona, desde sempre, como veículo de troca de ideias, motivações e conteúdos culturais, algo visível, por exemplo, nas cartas entre artistas, como é o conhecido caso de Lygia Clark e Hélio Oiticica. Contudo, mesmo detendo uma inegável força, a escrita manual é, cada vez mais e continuamente, subvalorizada. Na sessão de conferência em Serralves, o curador contou que, em conversa com Umberto Eco, identificou o fenómeno do desaparecimento progressivo da escrita como um dos resultados da atual era digital, habitada por uma sociedade em rede que parece privilegiar as conversas online às interações físicas e reais. Tal conduz a uma generalização e globalização dos objetos e do mundo, situação que Han Ulrich Obrist compreende como, motivo e, simultaneamente, consequência da perda de individualidade de cada sujeito e cultura.

Como proposta crítica a esta sua preocupação, Hans Obrist abriu, há três anos, uma conta no Instagram, onde insere o manual no mundo digital. Fá-lo através da publicação de fotografias de fragmentos de escrita, notas ou apenas vestígios de artistas e personalidades da esfera da arte com quem se encontra e reúne. Para além disso, o seu instagram project é uma exposição online que tem a particularidade de permanecer continuamente ativa e disponível a ser visitada, livre da efemeridade dos habituais modelos expositivos.

Deste modo, a globalização e as suas redes têm vindo, recentemente, a constituir objetos de pensamento, reflexão e criação artística. Hans Obrist observa, também, como, paralelamente, em reação a esses mesmos fenómenos, alguns grupos sociais desenvolvem uma desconfiança no meio envolvente e distanciam-se, excluindo-se da restante sociedade. O curador considera que nos devemos debruçar e inferir sobre estes temas e discutir tais problemáticas e outras pertinentes da contemporaneidade, procurando causar um sólido impacto. Nesse sentido, Obrist desenvolve as suas exposições através de pintura, escultura, instalações, performances, coreografias ou, até, da poesia, a única arte que acredita ainda não estar industrializada. Assim, a sua curadoria avança pela atualidade e pelo seu reflexo na produção artística, de artista em artista, de ideia em ideia. E, tal como Suzanne Cotter referiu no inicio da sessão, do mesmo modo que Hans Ulrich Obrist segue a arte, nós seguimo-lo a ele.

 
Constança Babo